7 de junho de 2010

Se um dia minhas mãos cessarem e se calarem.

Se um dia eu não sentir o mundo com a ponta dos meus dedos.

Se meus olhos fecharem, se ficarem presos no escuro.

Se minhas pernas não puderem caminhar para onde a liberdade me leva.

Se o interno obscuro se transcender e se mostrar nu.

E o externo parecer tão doente quanto aqui dentro está.

Pensarei que seguir em frente é ilusão.

O que me debilita é regresso.

Minhas dores e sufocos, meus gritos calados, meus gemidos sufocados;

Todos tão à vista que essa minha diferença antes tão só minha e agora tão compartilhada viraria indiferença em sociedade alienada.

Mas aos poucos lembraria, de tudo que sou, de tudo que acredito.

Lembraria da paixão, que move a vida inteira.

E lembraria que tudo é vida seja ela de qualquer maneira.

Pensaria na transformação, que minha profissão possibilita.

E tentaria eu, se T.O. de minha vida.

(Dayana Trifoni)